Vencendo a seletividade alimentar no autismo
Seletividade alimentar é quando a criança ou adulto rejeita alguns alimentos gerando,
muitas vezes, desinteresse pela comida, falta de apetite ou até náuseas e vômitos.
Essa rejeição, pode ser pelo cheiro, pelas cores, pela temperatura ou pela textura, por exemplo, quando o alimento é pastoso, crocante ou seco.
Além desses fatores, também é comum observar seletividade alimentar gerada por uma dificuldade sensoriomotora que causa falta de habilidade para mastigar.
A seletividade alimentar reduz a dieta empobrecendo a variedade de nutrientes e frustrando a família, por gerar estresse e complicar o dia a dia na escolha e no preparo das refeições.
O tratamento da seletividade alimentar é realizado em parceria do profissional fonoaudiologo e do terapeuta ocupacional que oferecerá estímulos táteis e contato com as diversas texturas, treino motor e apresentação de novos alimentos. O que é um momento comumente reportado pelos pais como grande estresse e muita recusa.
Durante a estimulação são trabalhados todos os sistemas (olfato, visão, audição, paladar, vestibular e proprioceptivo) e a família participa, reproduzindo essa interação em casa.
Em geral, as crianças com autismoo ou Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) tem comportamento restritivo e seletivo no momento da alimentação.
Este comportamento, também pode ocorrer em crianças e bebês T21 – Síndrome de Down, por isso, é essencial o trabalho de estímulo sensorial com acompanhamento de um terapeuta ocupacional.
Alimentos que são difíceis de mastigar ou que se dissolvem durante aa mastigação podem ser motivo para a recusa daquele alimento ou melhor, aquela experiência novamente.
O ideal, independente do diagnóstico para qualquer criança com seletividade alimentar é buscar a orientação de profissionais, como terapeutas e fonoaudiólogos e criar uma rotina agradável no momento das refeições.
Algumas dicas que podem ajudar a criança durante o tratamento são: deixar a criança explorar os alimentos com as mãos, levar brinquedos à boca e incluir a criança no ritual de preparar a refeição e colocar a mesa.
Outro ponto que deve ser levado em consideração são os horários das refeições, evitando lanchinhos muito próximos ao jantar ou almoço, para não confundir a seletividade alimentar com a falta de apetite. Desligar a tv, celular e tablet neste momento, ajuda na concentração e na percepção da mastigação.
Importante: não se incomode se a refeição fizer uma sujeira bem grande ao redor quando um pepino sair voando ou o molho de tomate virar tinta guache na parede, seguindo com orientação profissional e estímulos adequados, a criança vai aprender a se alimentar melhor gradativamente.
Converse também com o pediatra que indicará se há a necessidade de acompanhamento de um nutricionista ou nutrólogo para recomendar uma dieta especial ou suplementação, enquanto a criança descobre o mundo de novas delicias entre frutas, legumes e todos os alimentos importantes para o seu crescimento e desenvolvimento.
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Texto: Stela Garcia | Apoio e revisão: Terapeuta Ocupacional, Carol Riberto